Férias 2019 – Rota da Seda – Ásia Central e Turquia – de 01 a 26-06-2019

Férias 2019 – Rota da Seda – Ásia Central e Turquia

 

Mapa viagem 2019_países

 

Férias chegando!!!

Entre ler sobre os lugares, verificar tempo e temperatura, separar o que levar, arrumar mala…. uma única certeza: a expectativa é grande. E põe grande nisso.

Dessa vez o destino é a Rota da Seda da Ásia Central e Turquia.

Sem me aprofundar na história, muito li sobre o roteiro da Ásia Central e confesso que não passei do ponto inicial porque parece que alguém escreveu algo e muitos copiaram o que foi escrito. Quase tudo igual!!!! Apesar disso, estou achando o máximo ir para lá porque muita coisa será novidade e na volta poderei contar o que descobrimos nessa nova experiência.

O que li sobre a Turquia só aguçou minha curiosidade. Sempre quis conhecer e agora é chegada a hora.

Vou com um grupo maravilhoso, quase o mesmo de viagens anteriores, que também foram organizadas por Huang, uma amiga querida, já conhecida por aqui e a organizadora de nossas viagens para terras distantes.

Na reta final, Huang fica doidinha com a gente. Ela programa, pensa em cada detalhe …. organização, visto, passagem, seguro, alimentação, necessidades especiais, imprevistos… enfim, cabe a ela resolver tudo e, na véspera, começa o conflito sobre a bagagem.

Como existem deslocamentos internos, o peso permitido é mínimo e isso não pode ser contestado. Temos que nos adaptar à realidade. No fim, como sempre, dará tudo certo e eu espero que a gente se divirta muito, como sempre fizemos.

No trecho da Rota da Seda da Ásia Central passaremos por Turcomenistão, Uzbequistão, Quirguistão e Cazaquistão. Como iremos pela Turkish Airlines, faremos uma parada na Turquia para conhecermos Istambul, Capadócia e algumas cidades menores.

Ao todo serão 26 dias trocando de moeda, conhecendo a cultura, experimentando sabores, falando a língua do coração e usando muita mímica.

Para situar

PAÍS IDIOMA FUSO EM RELAÇÃO AO BRASIL MOEDA 1 DÓLAR INVERSO
Turcomenistão Turcomano 8 horas à frente Manat turcomano (TMT) 3,50241 TMT 0,285517 USD
Uzbequistão Uzbeque 8 horas à frente Som Uzbeque (UZS) 8.455,28 UZS 0,000118269 USD
Quirguistão Quirguiz 9 horas à frente Som Quirguiz(KGS) 69,8505 KGS 0,0143163 USD
Cazaquistão Cazaque 9 horas à frente Tenge (KZT) 379,172 KZT 0,00263733 USD
Turquia Turco 6 horas à frente Lira Turca (TRY) 6,08353 TRY 0,164378 USD

Em algum lugar, alguma coisa incrível está esperando para ser conhecida.” Carl Sagan

Até a volta!

O tempo passou….. “O tempo é a essência oculta da vida; é a própria vida em todo seu percurso.” Carlos Bernardo G. Pecotche

Pois é….. Teve vida nesse meio tempo. Já estamos em 2020 e só agora estou publicando a viagem. Muita coisa aconteceu e, como eu sei que a maior interessada sou eu, faço as coisas no meu tempo, sem me preocupar com o tempo, até porque sei que tudo tem o seu tempo e sempre é tempo de fazer acontecer.

Em tempo …. meus agradecimentos ao querido amigo Jorge Polaco que não mede esforços para sempre me atender quando peço para ele fazer os mapas das viagens.

Algumas fotos são minhas e outras de algumas pessoas do grupo, em especial das amigas Katia, Sonia e Leila. Como é de costume, Huang e Tony registram o que dá e assim tenho fotos de quase todos os lugares. Meus agradecimentos a vocês por me ajudarem a mostrar aquilo que quero registrar.

Sou grata pela vida e pelas pessoas que fazem parte dela mas, acima de tudo, sou grata a Deus por estar sempre comigo e me conceder tudo isso.

 

A viagem ….

Rota da Seda – Ásia Central e Turquia

01-06-2019

E a nossa aventura começou!

 

Saímos de São Paulo, pela Turkish, no dia 01 de junho de 2019.

 

Parada obrigatória em Istambul, passamos a noite lá antes de seguirmos para o Turcomenistão. Nada fizemos, a não ser descansar e, no dia seguinte, novo voo até Ashgabat, primeira cidade que visitamos.

 

Passamos por alguns países que estiveram na Rota da Seda e, se não desbravamos rotas nem participamos do comércio, fizemos, sim, parte da multidão que passou por lá.

Fomos mais um número? Talvez! Para mim, importou, mesmo, ter mais um pedacinho do mundo na lembrança e no coração!

Visitamos Turcomenistão (Ashgabat, Old Nisa e Dozhoguz) – Uzbequistão (Urgench, Khiva, Bukhara, Samarkand e Tashkent) – Quirguistão (Bishkek) – Cazaquistão (Almaty, Astana (Nur Sur Tan)) e Turquia (Istambul – Capadócia (Urgup), Konya – Pamukalle – Hierápolis).

O grupo

Formado por pessoas de diferentes lugares, não há muito o que dizer além do que já foi dito em anos anteriores. Maravilhoso! Só não conhecia Raquel, Abelardo e Norma, que passaram a morar no meu coração como Huang, Tony, Beth, João, Braga, Solange, Kingiro, Nathália, Kátia, Leila, Maria de Lourdes, Maria Tereza, Regina, Silvia, Sônia e Walter, que já possuem lugar cativo nele. Obrigada a todos por tudo!!!

Foram brincadeiras, alguns ajustes e muitas risadas que ficarão para sempre na lembrança.

Os lugares

Passamos por lugares que tiveram maior ou menor importância na história da Rota da Seda, o que não fez diferença porque todos tiveram igual importância na “minha” história e quase não vi o tempo passar, apesar de ter deixado de lado 26 dias da minha vida para conhecer a vida de outros povos.

A primeira coisa que me perguntam quando falo para onde fui é se valeu a pena. Valeu!!!! Muito!!!!!

Exceto a Turquia, os demais países são relativamente novos no modelo em que se encontram. Todos pertenciam à antiga União Soviética.

Em 1991 adquiriram independência e, de lá para cá, estão se formando como países independentes, com cultura e costumes próprios. Cada um tem a sua moeda e idioma, além do Russo, que se configura como idioma obrigatório em todos eles. O turismo ainda é pouco desenvolvido e os costumes são arraigados.

Foram muitas as histórias que os guias nos contaram que não dá para relatar aqui.

De modo geral, da Ásia Central ficou a imagem de povos que se estabeleceram aos poucos depois de uma vida nômade e que agora estão construindo uma nova identidade, cada um à sua maneira.

Da Rota da Seda herdaram um dom – todos são excelentes vendedores! Nem a barreira da língua impede o exercício do comércio, muito bem praticado por eles.

Se essa foi a herança que receberam, não sei. Só sei que vendem bem e são muito amáveis.

Com exceção de algumas pequenas características, não notei grande diferença entre os povos desses países que conhecemos. São prestativos, amáveis, sorridentes e gentis.

 

 

 Dente de ouro… não é moda nem sinal de riqueza… é o meio mais prático de tratar os dentes. Pelo jeito, muito apreciado pela população local.

 As jovens são lindas. Magras, elegantes, bem vestidas, usam salto e cílios postiços. Essa estava indo para a sua formatura.

Os homens parecem chilenos de cor bem clara. Essa foto não os representa como eu gostaria, mas é a única que consegui reunir três homens  porque um é o guia Dill e os outros seus ajudantes.

 

Rota da Seda – um pouquinho mais …..

https://www.youtube.com/watch?v=fKxyhOgbF2c

Férias 2019 – Ásia Central e Turquia – de 01 a 26 de junho

Férias chegando!!!!

Detalhes

Entre ler sobre os lugares, verificar tempo e temperatura, separar o que levar, arrumar mala…. uma única certeza: a expectativa é grande. E põe grande nisso.

Dessa vez o destino é Ásia Central.

Sem me aprofundar na história, muito li sobre o roteiro e confesso que não passei do ponto inicial porque parece que alguém escreveu algo e muitos copiaram o que foi escrito. Quase tudo igual!!!!

Apesar disso, estou achando o máximo ir para lá porque muita coisa será novidade e na volta poderei contar o que descobrimos nessa nova experiência.

Vou com um grupo maravilhoso, quase o mesmo de viagens anteriores, que também foram organizadas por Huang, uma amiga querida, já conhecida por aqui e a organizadora de nossas viagens para terras distantes.

Na reta final, Huang fica doidinha com a gente. Ela programa, pensa em cada detalhe …. organização, visto, passagem, seguro, alimentação, necessidades especiais, imprevistos… enfim, cabe a ela resolver tudo e, na véspera, começa o conflito sobre a bagagem.

Como existem deslocamentos internos, o peso permitido é mínimo e isso não pode ser contestado. Temos que nos adaptar à realidade. No fim, como sempre, dará tudo certo e eu espero que a gente se divirta muito, como sempre fizemos.

No trecho da Rota da Seda da Ásia Central passaremos por Turcomenistão, Uzbequistão, Quirguistão e Cazaquistão. Como iremos pela Turkish Airlines, faremos uma parada na Turquia para conhecermos Istambul, Capadócia e algumas cidades menores.

Ao todo serão 26 dias trocando de moeda, conhecendo a cultura, experimentando sabores, falando a língua do coração e usando muita mímica.

Para situar

PAÍS IDIOMA FUSO EM RELAÇÃO AO BRASIL MOEDA 1 DÓLAR INVERSO
Turcomenistão Turcomano 8 horas à frente Manat turcomano (TMT) 3,50241 TMT 0,285517 USD
Uzbequistão Uzbeque 8 horas à frente Som Uzbeque (UZS) 8.455,28 UZS 0,000118269 USD
Quirguistão Quirguiz 9 horas à frente Som Quirguiz(KGS) 69,8505 KGS 0,0143163 USD
Cazaquistão Cazaque 9 horas à frente Tenge (KZT) 379,172 KZT 0,00263733 USD
Turquia Turco 6 horas à frente Lira Turca (TRY) 6,08353 TRY 0,164378 USD

Rota da Seda 

Quando procurei entender o que seria esse trecho, tive que entender o porquê do nome Rota da Seda.

Foi aí que me remeti ao passado e é esse pedacinho da história que coloco aqui para situar nosso trajeto.

Trata-se de uma reportagem que encontrei na Internet e que me ajudou a compreender a importância dos lugares que visitaremos na história do universo.

 “Rota da Seda: A primeira Globalização

Aberto por mais de mil anos, caminho entre o Oriente e o Ocidente uniu dois mundos incomunicáveis

https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/reportagem/historia-rota-seda.phtml

Izabelle Somma

No meio da noite, dois monges e sua pequena comitiva entraram pelo portão leste de Constantinopla. A visão da portentosa capital do Império Romano do Oriente deixou todos aliviados. Afinal, depois de quase seis anos de viagem, mais de 15 mil quilômetros percorridos entre desertos, montanhas e rios desconhecidos, eles haviam cumprido sua missão. Traziam a encomenda que o imperador Justiniano em pessoa lhes havia feito.

Enroladas em cordas finas de linho, as varas ocas de bambu não pareciam pedido digno de um imperador. Mas, dentro delas, estava um dos segredos industriais mais bem guardados do mundo antigo: casulos intactos de uma espécie de borboleta, a fina matéria-prima do tecido mais cobiçado de todos os tempos – a seda.

Os monges espiões de Justiniano foram apenas mais dois entre milhões de aventureiros, comerciantes, peregrinos, soldados, reis, sacerdotes ou simples nômades sem rumo que percorreram a pé, ou em lombo de animais, o mais conhecido caminho entre o Oriente e Ocidente, a chamada Rota da Seda. O termo foi empregado pela primeira vez pelo arqueólogo alemão Ferdinand Von Richthofen, no século 19, e denomina o conjunto de caminhos que liga a costa do mar Mediterrâneo, na atual Síria, a Xiang, na China, atravessando 7 mil quilômetros entre os territórios dos atuais Iraque, Irã, Turcomenistão, Uzbequistão, Afeganistão e Paquistão.

O percurso coincide com o caminho natural que corta a Ásia longitudinalmente, margeando altas cadeias de montanhas, desertos e mares. De acordo com vestígios arqueológicos, foi o caminho das migrações pré-históricas, por onde o homem africano caminhou para a Ásia e chegou à Oceania, sempre em busca de melhores condições de caça e clima ameno. Em sentido contrário, foi a rota das migrações dos indo-europeus, as levas de homens que vieram da Ásia para dar origem aos povos semitas – como árabes e judeus – e à maioria das etnias europeias.

“As primeiras referências aos caminhos que posteriormente seriam chamados de Rota da Seda surgiram na Pérsia, no século 8 a.C.”, diz o historiador e arqueólogo Frantz Grenet, da École Normale Supérieure de Paris, França. Diferentemente dos gregos e babilônios, cuja força era representada nas cidades-estados, os persas se mantiveram nômades ou seminômades. Suas caravanas cruzavam os acidentados terrenos da região entre as montanhas do atual Afeganistão e os desertos do Irã. “A maior parte desses caminhos era conhecida há séculos pelos povos de origem persa: os sogdianos, que habitavam o atual Uzbequistão, os partas, arianos e bactrianos, do atual Afeganistão, e os aracosianos, que viviam onde hoje é o Paquistão”, afirma Grenet. Muito antes de o Império Persa existir, esses povos migratórios já comercializavam seda com chineses e vendiam seus tecidos a romanos e cartagineses em Damasco e Antioquia, na Síria. “Os caminhos abertos por essas caravanas deram origem à Rota da Seda”, diz o arqueólogo francês.

A unificação e a expansão do Império Persa, primeiro sob o poder de Ciro, depois com Dario, no século 6 a.C., deram aos persas o controle sobre um território que ia das montanhas da Grécia ao vale do rio Indo, na Índia, passando pela Turquia e Mesopotâmia. As caravanas vindas do Oeste traziam ouro, marfim e peles de animais da costa africana, cavalos e camelos da Babilônia, vinhos e ferro da Turquia.

Da China vinham a seda, perfumes e ervas aromáticas, além do almíscar tibetano. Nem a conquista do Império por Alexandre, o Grande, em 330 a.C., interromperia o que havia se tornado a avenida central do mundo. Quando Alexandre morreu, era possível trafegar do Egito ao Afeganistão, da Índia à Grécia, falando uma só língua: a do comércio.

Negócio Chinês

Para além da Pérsia, no entanto, nem Alexandre, o Grande, ousou ir. As montanhas do Himalaia constituíam uma barreira às caravanas persas, assim como os povos guerreiros do deserto de Gobi. Do outro lado, no entanto, outro grande Império já construíra sua própria rede viária. Na China, as primeiras referências a uma rota comercial com povos do Oeste indicam que, no século 2 a.C., o diplomata Zhang Qian, por ordem do imperador da dinastia Han, liderou uma expedição para fazer uma aliança com um povo indo-europeu.

“A rota de Qian partia de Xian, antiga capital do Império Chinês, e rumava em direção noroeste pelo deserto de Gobi e pelos altiplanos da Mongólia”, conta a historiadora Laura Newby, da Universidade de Oxford, Inglaterra. Para ela, o encontro das expedições chinesas com as caravanas das antigas rotas persas abriu o que hoje chamamos de Rota da Seda.

Baseados em documentos encontrados em Xian, arqueólogos concluíram que o povo encontrado pelos chineses eram os sogdianos, que haviam dominado o lado oriental da Rota. Eles eram tão influentes que, na época, sua língua era equivalente ao que o inglês representa hoje. “Ao superar bactrianos e indianos no século 3 eles passaram a controlar os dois lados da corrente, com postos na Crimeia e no Sudeste Asiático e colônias no norte da China”, diz o arqueólogo Frantz Grenet. Segundo ele, nessa época era raro alguém fazer o trajeto inteiro da rota, mesmo dispondo de montaria. “O mais comum era as caravanas se especializarem num determinado trecho e comercializarem entre si. Ao final de cada trecho, nasciam entrepostos para descansar, alimentar os animais e, é claro, comercializar mercadorias. Com o tempo, alguns desses locais acabaram se transformando em grandes cidades, como Bukhara e Samarcanda.”

O apogeu sogdiano coincidiu com o declínio da ponta ocidental da Rota. Entre o século 3 e 4, o fluxo de caravanas foi muitas vezes interrompido por falta de segurança. “O período mais perigoso foi provavelmente no século 4, quando as estradas foram bloqueadas pela migração dos hunos em direção ao oeste”, diz o arqueólogo francês.

Enquanto os bárbaros partiam para invadir a Europa e o Império Romano, o lado oriental recebia um novo tipo de frequentador: monges budistas. Os relatos que três deles – Faxian, Songyun e Xuanzang – fizeram das peregrinações entre os séculos 5 e 7 ficaram famosos e hoje são parte do ideário daquela religião. Nesse período, o poder dos budistas fazia com que as viagens dos monges envolvessem, além de questões espirituais, diplomacia e política.

Árabes e Mongóis

A hegemonia sogdiana no comércio e a budista na religião terminou no final do século 8, quando árabes tomaram a Ásia Central. A ascensão do Império Abássida (750-1258) mudou a capital muçulmana de Damasco para Bagdá, e fez desta cidade parada obrigatória para as caravanas do Oriente – causando um desvio e tanto no traçado original. O Islã passou a ser a religião dominante na Rota. Os mercadores árabes e persas (que se converteram à nova fé) sobressaíram. A produção de tapetes de lã e a habilidade dos persas com negócios puseram as cidades de Nishapur e Isfahan entre os principais pontos da Rota.

Com a metade persa se tornando muçulmana, a parte chinesa da estrada estava prestes a cair sob controle mongol. No século 12, Gêngis Khan conquistou toda a Ásia Central, o norte da China e o planalto tibetano. Para comerciantes e peregrinos, paradoxalmente, foi um dos períodos mais seguros para transitar pela rota: bastava pagar.

O líder construiu postos de guarda e mantinha tropas para patrulhar o caminho. “Se o viajante não era um inimigo de Khan, podia percorrer as estradas que o exército controlava”, diz a historiadora Merle Goldman, da Universidade de Boston, nos Estados Unidos. A segurança na Rota não era extensiva às cidades instaladas às margens dela. As tropas mongóis destruíram Bukhara e saquearam Samarcanda em 1220. Bagdá foi arrasada em 1258.

No extremo oeste da Rota, no entanto, o século 13 trouxe boas novidades. A Europa se reabria ao comércio, prejudicado durante séculos pela estrutura feudal e ausência de estradas. Ao contrário do que ocorreu na Europa Central, as cidades-estados italianas se mantiveram em constante intercâmbio cultural e comercial com a África e o Oriente próximo, dominados desde o século 7 pelos muçulmanos.

Da Itália, vem o mais famoso viajante da Rota da Seda: o veneziano Marco Pólo, que teria repetido, entre 1275 e 1295, a viagem que seu pai e tio já haviam feito anos antes. Segundo seus relatos, ele foi de navio até Constantinopla, seguiu para o mar Cáspio e partiu para a Pérsia. Na última parte de sua epopeia, Pólo teria ido até a China, e lá convivido com a corte do imperador Kublai Khan, neto de Gêngis. Sobre essa última escala, há controvérsia entre os historiadores.

Outro viajante famoso foi Ibn Battuta (1304-1369), do atual Marrocos. O árabe percorreu mais de 120 mil quilômetros, parte deles em trechos da Rota da Seda. Os relatos de suas aventuras estão narrados no livro Rihlah (“Viagens”). Nessa época, as guerras promovidas nos Estados mongóis por Tamerlão, um dos sucessores de Khan, frequentemente bloqueavam as estradas e o comércio. Isso foi um empurrão e tanto para que as ascendentes nações europeias se lançassem à aventura de contornar a África em busca de uma rota alternativa até o Extremo Oriente – o que os portugueses conseguiram no século 15. Muito mais baratas e rápidas, as viagens por mar colocaram fim à epopeia milenar de uma estrada que começou com pastores nômades e viu passar uma multidão.”

Assim começa nossa aventura!

Vamos passar por alguns dos lugares citados e, se não vamos desbravar rotas nem participar do comércio, vamos, sim, fazer parte da multidão que passou por lá.

Seremos mais um número? Talvez! Para mim, importa mesmo é ter mais um pedacinho do mundo na lembrança e no coração!

“Em algum lugar, alguma coisa incrível está esperando para ser conhecida.” Carl Sagan

Até a volta!