07-06-2017 – quarta-feira
O dia começou agitado. Levantamos cedo porque tínhamos voo de Bagan para Mandalay.
Por ser tudo muito perto, rapidamente chegamos ao aeroporto e, meia hora depois de decolarmos, chegamos a Mandalay. Como a proposta sempre é aproveitar cada minuto, nossa programação já estava pronta e, assim que desembarcamos, fomos até Amapura (Amarapura), antiga capital de Mianmar, hoje conhecida por sua tradicional tecelagem de seda e de algodão e de fundição de bronze, para visitarmos Mahagandayon Monastery – https://www.youtube.com/watch?v=c8o5nTGX_8U – http://www.ursulasweeklywanders.com/religious-practice/monks-nuns-and-a-monastic-life-mahagandayon-monastery-and-sagaing-hill-myanmar/
Mahagandayon é o maior monastério Budista de Myanmar. Foi fundado em 1914 e lá vivem cerca de 2.000 monges que estudam e se preparam para a vida religiosa.
Existem muitas regras que os monges devem seguir como praticar o desapego, nunca pedir nada e seguir sempre em frente, sem olhar para a direita nem para a esquerda, o que não é muito fácil. Simbolicamente, isso significa encontrar o ponto de equilíbrio.
Apesar da pobreza do país, há fila de espera para doar comida aos monges. Por exemplo, quem quiser doar agora, não pode, terá que esperar até 2018 para isso.
Para nós, que não temos esse cunho religioso, é difícil entender. Por causa disso, ficamos com o lado turístico, uma vez que não temos atração igual no Brasil. Muito bonita, por sinal.
Ah…. depois do meio dia os monges não comem mais nada até o café da manhã. Dá para entender a razão de serem tão magrinhos…
Só que, por serem uma atração turística, vivem um dilema. Precisam do turismo para se manterem, mas as diferentes culturas, às vezes, entram em choque porque muitos turistas parecem ignorar (ou deliberadamente ignoram) as expectativas locais de comportamento dentro de terrenos sagrados.
Os turistas costumam chegar no meio da manhã para ver os monges seguirem em fila, descalços, silenciosos, carregando seu almoço em direção ao refeitório, para terem a última refeição do dia.
Foi o que fizemos. Nossa correria tinha esse objetivo, uma vez que exatamente às 10h30 um sino toca e tem início o ritual diário.
Para eles, é mais um dia na rotina do Monastério. Para nós, uma verdadeira atração turística.
Muito perto dali fica U Bein Bridge – https://www.youtube.com/watch?v=5FPdnWvp1Qs – considerada a maior ponte de madeira do mundo.
Como fomos antes do almoço, não vimos o pôr do sol que, na opinião de muitos, é um espetáculo da natureza.
Durante o dia, andar um pouquinho nela já foi de bom tamanho. Confesso que fiquei aflita e não sei se faria a travessia. A sensação de estar sobre o rio, numa ponte de madeira, balançando, não é das melhores.
Para variar, há um comércio local repleto de meninos vendendo alguma coisa. Como são insistentes!!! O pior é que comprar alguma coisa não resolve porque atrai outros vendedores e a gente não fica livre deles até subir no ônibus.
Depois disso, paramos numa fábrica de roupas de seda.
Na verdade, a ideia era ver todo o processo de tecelagem mas, nos teares, muito antigos, só vimos algumas pessoas que pareciam estar tecendo as sedas. Não me senti atraída a comprar alguma coisa, apesar de ter visto algumas pashminas bonitas por cerca de 20 dólares.
O almoço foi no Delight Restaurant. Nada muito significativo. Parecia um lugar em início de funcionamento, sem muita estrutura.
Em seguida, fomos conhecer Kaunghmudaw Pagoda – https://www.youtube.com/watch?v=WJfzEEgu9jY – https://en.wikipedia.org/wiki/Kaunghmudaw_Pagoda – http://www.shwemyanmar.info/attraction_map.php?index=96 – Segundo dados colhidos na internet, Kaunghmudaw é conhecido por seu design em forma de ovo, que se destaca entre os pagodes mais tradicionais. Seu nome formal, Yaza Mani Sula, significa a consagração de relíquias budistas, mas ela é conhecida por seu nome popular, Kaunghmudaw (“Merit-Fazendo real”). É um importante lugar para peregrinação e destino turístico na área de Sagaing.
A construção começou durante o reino do rei Thalun, em 25 abril 1636, e foi terminada 12 anos mais tarde, em 12 maio 1648. Sua cúpula foi continuamente pintada de branco para significar pureza e agora está toda coberta de dourado.
Reza a lenda que sua forma foi inspirada na perfeição dos seios da esposa favorita do Rei Thalun.
Pois é…se é fato ou boato não sabemos. O que vimos foi um design perfeito, que pode inspirar muitos cirurgiões plásticos.
Em seguida fomos até o rio e, de barco, atravessamos até a outra margem. Antes de pegarmos nosso transporte público, uma carroça puxada por cavalos, sentimos de novo aquela sensação de que seríamos assediados à exaustão. Não deu outra.
Dessa vez, o assédio foi das “meninas vendedoras”. Não tem como não comprar. Apesar de achar que são mandadas por alguém, fica difícil falar não diante de tanta insistência. Andamos vários kilômetros de carroça até chegar ao nosso destino e elas foram atrás, de bicicleta, oferecendo sempre mais. Tamanha insistência mereceu nossa consideração e compramos uma porção de coisas para ajudá-las.
Depois de algum tempo chegamos a Bagaya Kyaung Monastery – https://www.lonelyplanet.com/myanmar-burma/inwa/attractions/bagaya-kyaung/a/poi-sig/1369344/1335733 – um Monastério Budista, também conhecido como Maha Waiyan Bontha Bagaya Monastery. É uma das famosas atrações turísticas da Birmânia.
A palavra Bagaya é uma aproximação birmanês de Mon, língua phea kao kih, que significa, literalmente, Starflower.
Construído de madeira de teca pela primeira vez em 1593, foi queimado num grande incêndio em 15 de abril de 1821, junto com muitos edifícios importantes. Em 1992 o governo construiu um novo edifício de tijolos, no lugar do antigo, para colocar a imagem de Buda e as escrituras de Pitaka. Embora desgastado pelo tempo, é magnífico e fica no meio de amplos campos de arroz.
Pois é…. mas o que chamou mesmo a atenção foi a sala de aula. Muito interessante.
Interessante também foi a interação com pessoas que lá estavam. Não sabemos se moradores ou turistas. Só sabemos que a simpatia predominava entre todos, até no pequeno monge que se aproximou timidamente de nós.
Na saída …. quem encontramos? As meninas. Que coisa incrível! Depois descobrimos que Walter ficou conversando com elas durante a nossa visita a Bagaya. Não sei em que língua eles se comunicaram. Só sei que ele também comprou muitas coisas e conheceu um pouco sobre a vida delas.
A ida até a nossa última atração do dia foi acompanhada por elas, que começaram a assediar as outras pessoas do grupo.
Só desistiram quando chegamos ao Monasterio Maha Aungmye Bonzan – http://minglabar.net/where-to-go/mandalay/maha-aung-mye-bon-zan-monastery-mandalay-attractions/ –
O Monastério Maha Aung Mye Bon Zan (ou Me Nu Oak Kyaung), inteiramente em alvenaria, foi o que melhor conseguiu sobreviver à passagem do tempo. Foi construído em 1818 pelo Rei Bagyidaw. Ele também sofreu danos no terremoto de 1838 e foi reconstruído em 1873. Dois grandes leões mitológicos guardam a entrada do lugar.
Fizemos o trajeto de volta e fomos para o hotel – Mandalay Hill Resort Hotel – http://www.mandalayhillresorthotel.com/www/ – Muito bom.
Depois de um breve descanso, saímos para jantar no Ko’s Kitchen Thai Restaurant – https://www.tripadvisor.com.br/Restaurant_Review-g295408-d1892176-Reviews-Ko_s_Kitchen_Thai_Restaurant-Mandalay_Mandalay_Region.html – Jantamos razoavelmente bem e voltamos para o hotel.
Ir para a cama imediatamente foi a única opção, tamanho cansaço que sentíamos.