Férias 2019 – Uzbequistão – Bukhara – Samarkand – Tashkent – 09 – 10 e 11 de junho

Samarkand

Fomos de Bukhara a Samarkand – https://en.unesco.org/silkroad/content/samarkand – de trem bala Afrosiyob, percurso de cerca de 216 km. Uma viagem muito gostosa.

 

Dita por alguns que é uma das cidades mais bonitas do mundo, para mim, é tão bonita como muitas outras que conheço. Diferente na sua estrutura mas, nem de longe, uma beleza estonteante.

Vamos à comparação….

“Khiva tem cor de barro seco, com sua muralha grandiosa protegendo a herança do império de Khoresm em Ichon-Qala. Bukhara tem a mesma cor, mas também o azul celeste da Madrassa Mir-i-Arab ou os mosaicos dos prédios ao redor da Labi-Hauz. Samarkand é o estágio final da transição: o azul nas cúpulas transmuta-se no multicolorido dos mosaicos e no dourado dos interiores como se tudo fizesse parte do mesmo tecido em dégradé. Se Khiva é a cidade dos mercadores de escravos e Bukhara o “Pilar do Islã” dos persas samanidas, Samarkand é obra de um só homem: Tamerlão. Nascido em Shakhrisabz, não longe da cidade, o sábio sanguinário ergueu seu império das cinzas deixadas por Genghis Khan. “Se duvidais de nossa potência, contemplai nossa arquitetura”.

Samarkand surgiu por volta do século V a.C. Já era um centro desenvolvido, cercado por uma muralha, por ocasião da chegada de Alexandre, o Grande, em 329 a.C. Pouco sobrou da então Maracanda, algumas ruínas escavadas por arqueólogos, mas é difícil imaginar o que pode ter levado Alexandre a ter dito sua frase que, hoje, carrega igual peso histórico e mítico. O conquistador teria dito que “tudo o que ouvi sobre Maracanda é verdade, exceto pelo fato de que é ainda mais bonita do que eu jamais imaginei”. https://www.digestivocultural.com/colunistas/coluna.asp?codigo=1217&titulo=Um_brasileiro_no_Uzbequistao_(VIII)

No período em que lá ficamos, conhecemos alguns lugares bonitos e também o mercado local. Esse, sim, representa o povo, a cultura e é sempre um ponto alto da viagem.

Logo que chegamos, fomos direto ao Dilimah Premium Luxury Hotelhttp://dilimahhotel.com/en/ . Depois do jantar, saímos para dar uma volta e só no dia seguinte começamos nosso tour de dois dias e meio pela cidade.

 

10/06/2019

Registan Square é uma praça belíssima tanto durante o dia quanto à noite. É preciso visitá-la nos dois períodos para admirar a sua beleza. Foi o que fizemos.

Para muitos, o mais perfeito conjunto arquitetônico muçulmano do planeta. O símbolo de Samarkand são essas três madrassas ao redor de uma praça de mais ou menos 200 metros quadrados. Duas das madrassas estão frente a frente e a terceira está entre elas, fazendo um quadrado incompleto cujo centro é a praça. Cada madrassa tem um alto portal coberto por mosaicos coloridos. Quando amanhece, o sol incide diretamente sobre a primeira e mais antiga delas, a madrassa Ulugubek, construída em 1420. Quando é meio-dia, o sol fica de frente à madrassa do meio, a Tilla-Kari, de 1660. Por fim, no anoitecer, o prisma da luz amarela, laranja, vermelha e roxa é a terceira, a Shar Dor, de 1636.

 

Bibi Khanym Mosque – Foi a maior mesquita do mundo até o severo terremoto que aconteceu na cidade em 1897. Recentemente foi reformada pela UNESCO. Teria sido uma edificação gloriosa, mas nunca foi terminada. Na parede há espaços vazios, faltando mosaicos e desenhos. Reza a lenda que Bibi-Khanym, a esposa chinesa de Tamerlão, encomendou a mesquita para fazer uma surpresa para o marido que estava viajando. Quando a obra estava na reta final, faltando detalhes artísticos, o arquiteto, apaixonado por ela, quis um beijo para completar a obra. Ela concordou e ele, apaixonado, não conseguiu esconder as evidências. Ao voltar, Tamerlão descobriu e o arquiteto não teve chance de se explicar. A obra foi paralisada.

 

Ulugbek Observatory – Ulugbek, neto de Tamerlão, o sucedeu no controle do vasto império e pagou com a vida seu amor pelas ciências. Por dar mais amor às estrelas em vez de estudar o Corão, foi decapitado em 1449.

Ele mapeou 200 estrelas e fez cálculo preciso sobre a duração do ano. A olho nu, Ulugbek fez o cálculo do ano estelar 365 dias, 6h, 10 minutos e 8 segundos – que pouca diferença tem do ano estelar real – 365 dias, 6h, 9 min e 9,6 seg.

 

Gur Emir Mausoleum  – É o túmulo do Timur (Tamerlão) e também onde Ulugbek foi enterrado. É todo coberto de ouro nas paredes do salão principal. Durante a restauração em 1970, foram usados 2,5 kg do metal. No centro do salão estariam descansando os heróis do Uzbequistão. Na verdade, as criptas se encontram em uma sala embaixo do rico salão, numa câmara de tijolos nas paredes.

Por último, fomos ao lugar que é considerado mais sagrado de Samarkand, o Shakhi Zinda Complex (Shakhi-Zinda Necropolis), uma rua de mausoléus. Considerada uma das visitas mais marcantes de Samarkand, entrar na rua é como se estivesse entrando no paraíso.

Para acessar, há uma escada de 40 degraus. Segundo a lenda, os peregrinos que visitavam o lugar tinham que realizar um ritual sagrado de 40 dias, subir apenas um degrau por dia. Na subida, eles faziam as orações do Alcorão apelando a Alá e ponderando as suas ações. Acreditavam que, após esse período, estariam limpos e poderiam subir ao local que consideravam sagrado.

Agora, muitos visitantes sobem e descem as escadas muitas vezes porque acreditam que se uma pessoa contar exatamente 40 passos ao subir e descer, terá uma alma pura e pensamentos puros. Pois é… Subimos e descemos apenas uma vez sem rezar nem contar os degraus…. Será que … ???!!!!

Brincadeiras à parte, é lá que se encontram mausoléus em tons de azul que sugerem que os falecidos desfrutam as delícias do Paraíso. Na frente de cada um há uma caixa de pedra que abriga os restos mortais do seu dono.

Shakhi Zinda significa “Tumba do Rei Vivo” em alusão a Qusam Ibn Abbas, primo do Profeta Maomé, que se acredita que tenha levado a crença em Alá para a região. Na porta do seu Mausoléu está escrito “Aqueles que morreram na estrada que leva a Deus, não estão mortos; na verdade, ainda estão vivos”. A crença islâmica de que a proximidade de um santo oferece proteção atrai muita gente ao local.

Almoçamos num restaurante gostoso e encerramos nosso passeio numa churrascaria local onde acontecia a maior festa, mas dela não participamos.

Mais alguns registros do dia…

E o dia terminou – 10 de junho – Assim comemorei mais um aniversário. Entre amigos, sem glamour, apenas agradecendo a Deus por estar com pessoas queridas, fazendo o que mais gosto – passeando por terras distantes, conhecendo pedacinhos desse mundão.

11/06/2019

Iniciamos o dia passeando por uma avenida de comércio local até chegar ao Siyob Bazaar – https://ilovetripping.com/siyob-bazaar/.

Siyob Bazaar – Além das peculiaridades locais, o mercado é grande e oferece de tudo um pouco. Um lugar muito interessante que tem o pão como astro principal. Trata-se de um pão sírio que é considerado tesouro local. Diz a lenda que é o ar de Samarkand que dá o toque especial. Ele não fica igual em outro lugar, mesmo que a receita seja a mesma. É uma delícia!

Nosso almoço foi no Istiqlol Restauranthttps://www.tripadvisor.com.br/Restaurant_Review-g298068-d13163641-Reviews-Istiqlol-Samarkand_Samarqand_Province.html.

Que pessoal simpático! Istiqlol é um restaurante bonito que motivou muitas brincadeiras da turma.

Depois do almoço, fomos até a estação pegar o trem bala  – https://www.talgo.com/en/projects/uzbekistan-en/afrosiyob/ – que liga as duas maiores cidades uzbeques – Samarkand e Tashkent – num percurso de 345 km realizado em cerca de 2 horas de viagem.

Assim cumprimos mais uma etapa da nossa viagem.

Já recuperados e lição aprendida com relação à alimentação, a vida ficou bem melhor e pudemos aproveitar mais a viagem.

Samarkand – um pouco mais …..

https://www.youtube.com/watch?v=WtdKgMHjfRE