Férias 2019 – Turcomenistão – Ashgabat – 03 de junho

Turcomenistão

 

Sua história é interessante.

Visitamos Ashgabat, Old Nisa e Dashoguz.

Segundo o guia Dimitre, em 1991, com o fim da União Soviética, o país se tornou independente e em 1994 encontraram um gasoduto ligando o país à Rússia. Em 1995 foi declarado país neutro e em 2009 foi encontrado, dentre outros, um gasoduto de 7.200 Km ligando o Turcomenistão à China. Essa abundância de gás no país aliada à alta exorbitante dos preços na ocasião tornaram o país riquíssimo. Foi aí que o presidente resolveu (re)construir a nova cidade na Capital, Ashgabat, destruída em 1948 por um fortíssimo terremoto. Ela foi reconstruída por turcos (80%), franceses e alemães (20%).

No país predomina a cor verde, que é a da bandeira nacional. A moeda é verde, os aviões são verdes, o teto das casas é pintado de verde e verde é a cor das roupas e das decorações do aeroporto. Enfim, cada um escolhe a cor que deseja…. desde que seja… verde.

Em homenagem a eles, a roupa típica que escolhi para representar o país só podia ser … verde!

 

 

No que se refere ao clima, nos foi dito que é um lugar muito seco e quente. Foi o que sentimos. O índice pluviométrico é baixíssimo. Em 2018 choveu uma vez por 10 minutos. No entanto, em abril de 2019 choveu o equivalente a 10 anos. A água que possuem vem dos subterrâneos.

Além do desastre natural, sofreram com drogas advindas do Afeganistão nos anos 90 – 98. Hoje esse problema inexiste porque há uma lei muito severa com relação à droga, que leva à prisão. Só álcool e cigarro são permitidos. Ainda assim, cigarro não é bem visto, uma vez que o atual presidente é Ministro da Sanidade e louco por saúde (segundo o guia). Em 2016 ele ganhou um prêmio por lutar pelo combate ao fumo.

Pode-se dizer que Turcomenistão é um país indecifrável para nós que temos uma formação totalmente diferente.

Nos dias de hoje, na minha visão, eles ainda têm um modo de viver difícil de entender. Segundo o guia, dentre outras coisas que não vou relatar aqui, a vida social acaba às 23h, mas podem beber e dançar. Relacionamento sexual com pessoas do mesmo sexo só às escondidas. A separação de um casal pode ocorrer, mas é proibido casar de novo.

A economia é basicamente gerada por gás, trigo e algodão. São duas colheitas por ano. A primeira é trigo e a segunda é algodão.

Educação no país é gratuita até a universidade e os cursos mais procurados são Economia, Direito e Medicina.

É um país muçulmano, sua população é 100% formada por Muçulmano Sunita.

Nossa passagem pelo país se restringiu a Ashgabat, capital do Turcomenistão, Old Nisa e Doshoguz.

 

Ashgabat

 

Dois dias em Ashgabat foram suficientes para vermos uma cidade dividida em duas partes – a nova e a velha – e conhecermos um pouco sobre a cultura e as características do país.

Ashgabat é diferente de tudo aquilo que já vi nas minhas viagens.

Na parte velha da cidade vimos movimentação normal de pessoas e de carros.

 

Já a parte nova é linda e deserta. Muitas vezes parecia ser só nossa.

 

A reconstrução da parte nova teve início no ano 2.000 e tem previsão de término neste ano de 2020.

Já foram investidos 3 bilhões de dólares de um total de 50 bilhões destinados à construção total. Acho que vai ficar uma maravilha.

Atualmente são 5.530 edifícios construídos em mármore branco vindos da Turquia, trocados por gás.

Além da beleza, chama a atenção a limpeza da cidade. Suas ruas são limpas, no mínimo, duas vezes ao dia. Caso seja necessário, essa frequência pode ser aumentada.

Muitos prédios são temáticos e alguns possuem o nome no alto, iluminado, uma característica muito peculiar da cidade.

Durante o dia, o branco reflete a luz do sol e a cidade se ilumina. À noite, é a luz que ilumina o branco e a cidade resplandece, mesmo sem muita movimentação urbana.

 

 

Dentre as novas construções, destacam-se os ministérios, que funcionam somente duas vezes por ano.

 

Há, também, alguns monumentos lindíssimos que atraíram a nossa atenção. Alguns deles:

 

Alem Cultural and Entertainment Center – Um espaço cultural com várias atrações e uma imensa roda gigante.

 

 

Independence Park – Um lugar belíssimo que abrange uma área de mais de 80.000 m2.  Lá foi construído um controverso e suntuoso memorial onde se vê um minarete e a estátua de Saparmurat Niyazov (presidente vitalício do Turcomenistão, morto em 2006), cercado por 27 estátuas que representam heróis, além de inúmeras fontes e piscinas, apesar de ser um país propenso à falta de água.

 

 

Independency Monument – Construído para comemorar a emancipação do Turcomenistão da União Soviética e a oficial Proclamação da República e sua Independência em 27 de outubro de 1991. 

 

Akhal-Teke Horse Monument – Um monumento dedicado a cavalos, animal sagrado para eles.

 

 

Wedding Palace – Palácio onde são realizados casamentos. O imenso globo possui mapas do país. Os desenhos são em forma de estrelas com oito pontas desencontradas e o edifício muda de cor à noite.

 

 

Arch of Neutrality – Uma das muitas construções que cultuavam a personalidade do ex-presidente do Turcomenistão. No topo há uma estátua à sua imagem e semelhança que gira sempre em direção ao sol.

 

 

Mausoleum Complex of Tombs of Turkmenbashi. Turkmenbashi, apelido de Niyazov. 

 

 

Carros rodam pela nova cidade, mas pedestres quase não são vistos nem nos pontos de ônibus, muitos fechados, climatizados e com infra de ponta. Parecem que são de enfeite. Ninguém por perto. Nem ônibus. E não é por falta de gente. Em Ashgabat há 1 milhão de pessoas e no país são 5 milhões.

 

 

Como já sofreu com terremotos, todas as novas construções são preparadas para aguentar abalos sísmicos de até 9º.

Enfim, são construções que, se por um lado embelezam a cidade, por outro se contrapõem a um regime fechado, sem liberdade de expressão e de ação.

Nós ficamos no maravilhoso Oguzkent Hotel, considerado 5 estrelas, mas totalmente sem comunicação. O chip que compramos aqui no Brasil não funcionou no país. A internet do hotel funcionou precariamente, mas sem acesso às redes sociais que conhecemos.

 

Oguzkent Hotel – http://www.ahalsiyakhat.com/hotels/ashgabat/oguzkent-hotel/

 

Durante nossa estadia, fizemos vários passeios para conhecer os pontos turísticos que vimos acima e aqueles que seguem abaixo.

 

Quase nada aberto à visitação, só nos restou fazer os registros externos, muitas vezes de dentro do ônibus. Só na Ertugrul Grazi Mosque, que passamos fora do horário das orações, pudemos fazer alguns registros do seu interior. Sempre lembrando que todos precisam tirar os sapatos antes de entrar nas mesquitas e as mulheres devem cobrir cabeça, braços e pernas. Algumas são mais rigorosas do que as outras. Para garantir a entrada, já temos o kit mesquita que levamos nas viagens. Um só já basta. O meu foi comprado em Abu Dhabi porque fui barrada pelo guarda e só entrei depois que comprei a vestimenta local. Valeu o investimento porque nunca mais tive esse problema.

 

 

Para encerrar os passeios do dia, fomos jantar no restaurante Altyn Chinar, onde comemos um churrasco razoável.

 

 

De volta para o hotel, saímos para olhar o seu entorno e confirmarmos que nem à noite o movimento aumenta.