12-06-2017 – segunda-feira
Por volta das 7h do Aureum Palace Resort & Spa Inle, direto para o aeroporto Heho, que fica em He Hoe.
Chegamos às 8h30 e às 9h30 embarcamos de volta a Yangon. Como a viagem era muito curta, nos serviram apenas doce, chocolate e bebidas.
Às 10h30 chegamos e, logo depois, saímos do aeroporto Yangon num ônibus que estava à nossa espera. Lá é tudo muito rápido porque não existe muita burocracia para embarque e desembarque, pelo menos nos voos domésticos.
Nossa primeira parada foi no Hsin Hpyu Daw Park – http://www.myanmartravelessentials.com/activities/royal-white-elephants-at-hsin-hpyu-daw-park-insein-yangon/ , http://www.gulf-times.com/story/359675/White-elephants-not-just-a-tourist-attraction – para conhecer elefantes brancos. Não é piada não. Eles existem na Birmânia. São 3 em Yangon e 5 no zoológico da capital – Nay Pyi Taw.
O elefante branco, de acordo com a crença budista, representa a penúltima encarnação de Gautama Buda antes de ele nascer como Rainha Maya. Mas também desempenha papéis sociais e geopolíticos significativos. U Toke Gale, o principal especialista em elefantes da Birmânia, explicou: “O elefante branco sempre foi um símbolo não apenas do budismo, mas de prestígio, prosperidade e poder político”.
Ainda, segundo a cultura birmanesa, eles promovem estabilidade e a paz. Há uma crença de que a nação começou a se desenvolver após a captura deles.
Embora não sejam exatamente brancos e, sim, rosa acinzentado, possuem algumas características dos elefantes brancos que são os olhos de pérola, os cascos brancos, as costas que pendem como o galho de uma bananeira e os cabelos brancos no corpo e na cauda.
Como são raros, não deixam de ser uma atração interessante. Rati Marlar – http://www.nytimes.com/2003/05/15/opinion/meanwhile-the-mysterious-power-of-the-white-elephant.html e Theing Marlar são fêmeas e Yaza Gaha Thiri Pissaya Gaza Yaza é macho.
Em seguida, fomos almoçar no Golden Crab House Restaurant – https://www.facebook.com/pages/Golden-Crab-House/303708493069322 . Como o próprio nome diz, caranguejo é o carro chefe, mas há outros pratos. A comida é variada e a costeleta de porco estava divina. Legumes e vegetais também muito bons. Ainda bem que nem só de mar vive a terra!!!
Depois do almoço fomos para – ChaukHtatGyi Pagoda – https://www.youtube.com/watch?v=IEE4nkuMLt4 . Foi lá que vimos um Buda deitado! Sim, comum não é e a estátua do mestre espiritual, com seus 65 metros de comprimento e 16 metros de altura tem suas peculiaridades. A imagem ficou pronta em 1907, sofreu danos ao longo do tempo e passou por um processo de restauração que terminou em 1966, quando foi acrescida de 5 metros em relação à versão original. A restauração foi bancada por budistas e turistas. Além de ser uma das maiores imagens, senão a maior, de um belíssimo Buda deitado, nos seus pés podemos ver inscritas, em dourado, imagens das 108 imperfeições que causam sofrimento ao ser humano. Considerá-las pecado ou não, é uma questão de opinião. Para os Budistas, essas imperfeições são os “pensamentos impuros”, “vícios”, “males”, “desejos mundanos” ou “pecados” – http://www.metaconsciencia.com/down/boletim-metaconsciencia-6.pdf. E são eles que estão representados na sola dos pés da imagem do Buddha Chauk Htat Gyi.
Ao redor da imagem do Buddha há oito imagens de santuários que representam os dias da semana. Oito? Sim! A astrologia em Myanmar é representada pelo número oito. E, para os para acomodar esse número na semana, a quarta-feira foi dividida em 2 dias – das 12h01 am às 12 pm e das 12h01 pm às 12 am. Rezar em frente do santuário que representa o dia do nascimento é um costume local. É só botar fé!
Para saber um pouco mais….. http://www.whats-your-sign.com/burmese-zodiac-animal-signs.html
De lá fomos conhecer outro não menos impressionante templo, o ShweDagon Pagoda – http://www.shwedagonpagoda.com.mm/shwedagon-pagoda-history – http://www.theshwedagonpagoda.com/ – Shwedagon Pagoda, um importante local de peregrinação para todos os budistas do sudeste asiático, é um templo majestoso, considerado um dos mais impressionantes do Sudeste Asiático. Restaurado depois de muitas intempéries, o que se vê hoje é o resultado de um trabalho ocorrido em diversas fases, já que ele possui mais de 2600 anos, segundo registros históricos.
Sua arquitetura dourada (coberta de ouro) já seria o suficiente para impor respeito. Só que Shwedagon é muito mais do que isso. Seus detalhes e a simbologia que existe em cada um representam a religiosidade e a cultura desse povo que até bem pouco tempo era fechado para o mundo.
Shwedagon, nome composto das palavras shwe, ouro, e dagon, que é o nome antigo de Yangon, a cidade onde ele está localizado – e que, durante o domínio britânico, se chamou Ragoon. Sua cobertura de ouro foi doação de reis e rainhas.
Esse gigantesco templo também teve presença na vida política do país. Foi lá que se deu o famoso discurso de Aung San Suu Kyi em agosto de 1988, iniciando o fim do regime militar na Birmânia. Em 2007 também foi cenário da revolta dos monges a favor da democracia. Lá estão os restos mortais de Supayalat, a última rainha da Birmânia, U Thant , ex-Secretário Geral da ONU e a mãe de Aung San Suu Kyi, Daw Khin Kyi.
Shwedagon é uma “Stupa”, também chamada de “Zedi”.
Stupa é a representação simbólica da mente de Buddha, uma mente iluminada. Quando uma stupa é construída cuidadosamente, diz-se que ela tem um forte impacto nos arredores. Ela diminui as forças negativas e encoraja a harmonia e liberdade para os seres. Por esta razão, também é usada a expressão “Shanti Stupa”, que significa “monumento da paz”.
Shwedagon, que já foi um lugar para guardar restos mortais, pode ser usada para guardar relíquias e também pode simbolizar o caminho de Budha para a iluminação.
Segundo a lenda, dois comerciantes que estavam na região de Yangon ficaram sabendo que um novo Buda tinha nascido após realizar o Nirvana. Era Sidharta. Eles o encontraram meditando. Foram até ele e lhe ofereceram bolos de mel.
Antes de partir, pediram-lhe oito fios de cabelo para terem alguma coisa para venerar. O Buda lhes deu e falou sobre a construção de uma Stupa, numa terra até então desconhecida, onde se encontravam as relíquias de três outros Budas. Os mercadores partiram sem lhes dar as costas e receberam do espírito Thagarmin uma caixa de esmeralda para transportar os cabelos.
Quando chegaram em Okkalapla, contaram ao rei sobre o pedido de Sidharta. Espíritos ajudaram a descobrir o local indicado pelo Buda e o Rei construiu uma Stupa no lugar para abrigar os fios de cabelo que os mercadores tinham levado. Quando a caixa foi aberta, os cabelos de Buda começaram a brilhar, as árvores floresceram e uma chuva de pedras preciosas caiu do céu e foram encaixadas no pagode.
Assim nasceu Shwedagon e esse fios estariam guardados lá.
Além da grande Stupa, Shwedagon Paya é composto por mais 64 pagodes de estilos e 4 templos maiores nos pontos cardeais.
O lado espiritual
Como manda a tradição, deve-se começar a visita no sentido horário.
Os birmaneses acreditam que Shwedagon contém 9 maravilhas, imagens e locais sagrados cuja reverência pode lhes conceder a realização de seus desejos.
Tawagu Wish-Fulfilling Buddha – Fica na plataforma superior e somente os homens têm acesso a ela. Nós podemos ver a imagem por meio de uma TV, no andar inferior.
The Weitzer Zawgyi Pagoda (Pagoda of Wizards and Necromancers) – Fica perto da esquina do sábado. Segundo a crença popular, ela foi construída com o uso de poderes sobrenaturais. Muitos a visitam frequentemente. Será que tem esses poderes também? Passei por lá quando fui reverenciar meu budinha, mas não deixei registrado nenhum desejo secreto. A realização deles? Fica valendo a vontade divina.
Shin Saw Pu (Shin Saw Bu) – Localizada perto do Grande Sino do Rei Singu, na esquina Norte West de Shwedagon. Segundo a crença, ela pode conceder a realização de um desejo.
Shin Ma Hti – A imagem desse Buddha está situada ao norte do altar da Naung Daw Gyi Pagoda.
Shin Itzagawna – A imagem desse Buddha está localizada no lado sul da Pagoda Naungdawgyi. Essa imagem possui um olho diferente do outro. Um é de touro e o outro é de cabra. Segundo a lenda, ela perdeu os olhos e poderes mágicos lhes devolveram, só que um de cada animal.
Sandawdwin Pagoda – Foi construída em cima do poço onde os cabelos de Buddha foram lavados antes de serem consagrados dentro da Shwedagon Stupa.
Bo Bo Aung Shrine – Esse santuário fica no lado oriental da Pagoda Shwedagon.
Kakusandha – A imagem desse Buddha fica no Hall de devoção oriental e se diferencia das demais porque está com a palma da mão direita voltada para cima.
Pyadashin Buddha – Fica ao sul do hall de devoção oriental.
Para visitar o complexo, é preciso estar convenientemente vestido e tirar os sapatos.
O fiéis geralmente vão para rezar, prestar homenagem a Buda, agradecer aos nats (espíritos), pedir um destino favorável ou absolvição dos seus pecados para renascer em melhores condições, segundo a crença budista. Para isso, realizam diferentes rituais, como fazer oferendas ou despejar água sobre a estátua que representa o dia do nascimento.
Resumo da história: o lugar é tão lindo que as únicas coisas que vêm à cabeça são aproveitar aquele visual e dar graças por ter a oportunidade de estar lá. O desejo maior já foi realizado, que era conhecer. Os outros, Deus se encarrega deles, se assim for a sua vontade.
Depois daquela maravilha, não precisava ver mais nada. Ainda assim, demos uma volta pela cidade e fomos para o hotel tomar um banho antes do jantar, que foi no Karaweik Palace Restaurant – http://karaweikpalace.com/ – restaurante flutuante com um buffet maravilhoso e show típico do país, que fechou com chave de ouro nossa estadia em Yangon e fim da nossa viagem pela Birmânia ou Myanmar, não importa o nome.
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