Viagem 2022 – Marrocos e Tunísia – de 15 a 29 de maio de 2022

 

 

 

Férias 2022 – de 15 a 29 de maio de 2022

 Expectativa

Férias chegando!

Depois de uma pausa forçada por causa da pandemia, eis que surge a esperança de colocar o pé na estrada novamente.

Foram muitas conversas e pesquisas que alimentaram os sonhos de conhecer outras terras. Dessa vez, o continente africano se mostrou uma opção segura, apesar de a pandemia ainda não ter acabado.

Como sempre, Huang, já conhecida por aqui, organizou tudo para irmos a Marrocos e Tunísia. O grupo partiu no sábado, dia 06, e eu irei me encontrar com eles no dia 16/05.

Devido a algumas circunstâncias, pela primeira vez não farei toda a viagem, uma experiência que pode ser boa. Só vou saber quando estiver lá.

Tempo de reflexão….

Três anos…. Pandemia…. Senti a vida passando, deixando um rastro de incertezas, medos, até uma certa angústia. Vai passar? Era, talvez, a pergunta de todos. A princípio tínhamos a esperança e a quase certeza de que seriam só 15 dias de reclusão. Eles se passaram, a coisa piorou, os prazos foram sendo prorrogados e a certeza de que não podíamos ter certeza de nada tomou conta de muitos.

Passou? Não sei. Só sei que depois de tantas perdas, sustos e medos a esperança voltou a despertar em mim uma vontade de sair por aí…. Ainda continuo um pouco reclusa em casa, saindo para trabalhar e alguns poucos encontros com amigos. Nada parecido com a vida de antes. Aliás, essa ainda tenho dúvidas se voltará a ser da mesma forma. Espero que sim.

Só que viajar, a coisa que mais amo fazer, já retomei, com a mesma vontade, como se o tempo não tivesse passado.

Então….. vamos lá! Marrocos e Tunísia me esperam.

 

 

Muitos se lembram da música “Qualquer coisa” – Caetano Veloso – 1975 – quando ouvem a palavra Marrakesh.   “Esse papo já tá qualquer coisa / Você já tá pra lá de Marrakesh”….

Interpretações à parte, naquela ocasião poderia significar estar fora da nossa realidade, uma vez que ele cita Teerã, lá perto, também uma terra longínqua.

Hoje a realidade mudou. Marrakesh é uma cidade turística muito importante do Marrocos e é pra lá de Marrakesh que eu vou. Começo o programa por lá.

Fui até o aeroporto me despedir do grupo e sentir um pouquinho do clima da viagem. Que coisa boa!

Tenho acompanhado os passeios que estão fazendo e estou feliz porque estão aproveitando muito.

Então….  viajar é bom e a perspectiva da viagem é tão boa quanto!

Malas prontas, tudo acertado!

Lá vou eu levando a saudade do que deixo por aqui e a esperança do que vou encontrar por lá.

“O nosso destino nunca é um lugar, mas uma nova maneira de olhar para as coisas.” Henry Miller

 

Férias 2022 – Marrocos e Tunísia

 

Podemos viajar pelo mundo em busca do que é belo, mas se já não o trouxermos conosco, nunca o encontraremos – Ralph Waldo Emerson

“A verdadeira viagem da descoberta consiste não em buscar novas paisagens, mas em ter novos olhos”. Marcel Proust

 

Marrocos

Foi com esse espírito que fui para lá, um país que, sem uma razão específica, não me atraía. Apesar de eu gostar de viajar, ele não estava dentre as minhas primeiras opções.

Inicialmente, minha única motivação foi o grupo da viagem. Amigos de longa data e companhias de outras maravilhosas viagens me bastavam, ainda que eu não gostasse dos lugares que estavam na programação.

Como era a oportunidade que eu tinha no momento, depois de dois anos sem poder ir a lugar algum, resolvi ir de peito aberto e olhar o país de uma forma diferente da que eu tinha em mente.

Por razões pessoais, não iniciei a viagem com o grupo. Fui uma semana depois e …..

Que surpresa boa!

Despida de qualquer preconceito, descobri um país que me encantou.

Seus sabores, seus cheiros, suas cores, seu povo, enfim, muito diferente daquilo que eu imaginava.

Conheci Marrakesh, Ouarzazarte, Essaouira e Casablanca. Pouca coisa, mas o suficiente para desmitificar a ideia que eu tinha do Marrocos.

 Marrakesh

 

Marrakesh_Jamaa El Fna square

 

Por tudo que eu li, Marrakesh deve ser, sem dúvida, a cidade que melhor representa o país. Nela a gente vê um pouco de tudo, como se fosse uma amostra do que o país tem a nos mostrar. Se eu fosse indicar uma única cidade do Marrocos para visitar, diria, sem sombra de dúvidas, que seria Marrakesh.

Além de a cidade sintetizar a cultura do país, ela tem uma infraestrutura excelente para receber os turistas e atrações que mostram o exotismo do lugar.

Sua arquitetura, a comida, as músicas e os costumes fazem de Marrakesh uma cidade única, que nem o calor de 40º conseguiu atrapalhar.

 

La koutoubia-Marrakesh

 

Ouarzazate

Ouarzazate é uma cidade menor, tem a sua importância e os seus encantos também. Ouarzazate, que na linguagem dos povos norte-africanos Berberes significa “sem barulho” ou “sem confusão”, é pequena, mas é a maior cidade do Saara Marroquino. Como fiquei muito pouco na cidade, tenho na memória o ar seco que nos lembra a todo momento que estamos no deserto e lembro, também, do caminho que a liga a Marrakesh. Quem já passou por ele, que percorre a Montanha Alto Atlas, sabe do que estou falando.

O calor nessa época do ano é forte e a umidade relativa do ar baixíssima. Quase todos precisaram recorrer a remédio para o nariz porque o ar seco dificultava muito a respiração. Eu não cheguei a sentir isso com a mesma intensidade dos outros porque fiquei só uma noite por lá. Ainda assim, tive dificuldade para dormir porque a sensação é de que falta ar para respirar.

 

Ouarzazate-Atlas Film Studio

 

Essaouira

Essaouira também tem seus encantos. É uma linda cidade litorânea, fortificada, que fica na costa sudoeste do Marrocos. Bem diferente de Ouarzazate, a sua brisa marítima é um alívio para a nossa respiração.

 

Essaouira

 

Casablanca

Por fim, Casablanca, a maior cidade do Marrocos, encanta por histórias antigas, mistérios e muitos conflitos. Hoje é conhecida como a charmosa cidade do filme do mesmo nome, de 1942.

Embora o Marrocos só tenha conquistado a sua independência em 1955, a cidade de Casablanca é muito mais antiga e isso tem tudo a ver com sua arquitetura que vai do estilo colonial francês ao marroquino, suas ruas cheias de lojas e transeuntes, praias lindas, mercados e becos.

 

Casablanca

 

Tunísia

Tunísia é um país da África do Norte.

Possui uma história rica, atrelada aos povos antigos, com destaque para os cartagineses que dominaram parte do território tunisiano por anos. Durante a colonização africana, o país foi uma colônia francesa.

Foi lá que vimos a porta de entrada para o deserto do Saara.

 

Douz – Porta de entrada do deserto Saara

 

A geografia da Tunísia é diversificada, marcada por um belíssimo litoral. Ele é de clima mediterrânico e o interior de clima desértico.

Dizem que os tunisianos desfrutam de boa qualidade de vida, mas não pude comprovar. O que vi foi um país rico em cultura e pobre na aparência. Uma coisa estranha. Por exemplo, por onde passamos, vimos oásis de oliveiras, oásis de palmeiras, sistema de irrigação que, embora manual, consegue atender às necessidades da região, mas o povo parece não desfrutar dessas riquezas locais. Vimos, também, ruas sujas, cidades descuidadas, enfim, alguma coisa parece não condizer com a qualidade de vida propagada pelo guia e por informações da web.

 

Kairouan-Eden Palm

 

Como turistas, sentimos um pouco de desconforto em relação a algumas coisas. Nos hotéis, o ar-condicionado só é ligado em determinadas épocas, quando o governo permite. A produção de azeitona e a de azeite que, segundo o guia, de excelente qualidade, não nos foi possível comprovar. Em todos os lugares a que fomos, embora fossem bons restaurantes, não conhecemos azeitonas nem azeite de qualidade superior. Também a baguete, ganhadora de prêmios na França por várias vezes, feita por tunisianos, não repercute no próprio país que oferece a seus visitantes um pão razoável, que não deixa saudade.

Por outro lado, fomos bem recebidos, o guia nos mostrou o que de melhor a Tunísia tem a oferecer, os hotéis são bons e o país, ainda que possua uma cultura marcada pela influência da religião árabe, é liberal em termos de vestimenta e costumes, diferente de outros países muçulmanos.

Como estávamos só de passagem, não nos aprofundamos no aprendizado dos porquês de muitas coisas. Apenas aproveitamos o que os lugares belíssimos ofereciam por onde passamos.

Catargo

Segundo o guia, se fosse possível resumir a principal característica do país, ele poderia dizer que é o amor pelo futebol. Foi o que vimos. Todas as casas, ainda que inacabadas por falta de dinheiro e são muitas, têm uma antena parabólica para atender a essa paixão que eles têm pelo futebol.

Tunísia – casa inacabada

 

Passamos por Tunis, Sousse, Kairouan, Tozeur, Douz, Matmata, Mahdia, Nabeul e Hammamet.

Não chegamos a conhecer profundamente nenhuma dessas cidades porque nosso objetivo foi conhecer as principais atrações de cada lugar. Um passeio diferente e interessante.

Nosso tour pelo país começou e terminou em Tunis, a capital da Tunísia.

 

Férias 2022 – Grupo

Grupo

Foi uma felicidade compartilhar mais essa viagem com os amigos de outras jornadas.

Com eles, vivo momentos de alegria, conhecimentos, lazer, enfim, uma coisa boa, difícil de descrever com palavras. Só vivenciando para saber.

Eles foram antes e eu iniciei a viagem uma semana depois, mas fui até o aeroporto me despedir e dar um até breve.

Dentre as muitas definições de amigo, selecionei a que melhor se encaixa na nossa relação.

“Amigo é aquele que tem a oportunidade de fazer o bem na vida da gente.”  Pe Fábio de Melo

Nossos guias

MarrocosYouseff

Youseff – Guia Marrocos

Tunísia – Hichem

Hichem – Guia da Tunísia

 

Férias 2022 – Gastronomia

Gostei muito do que comi. Como pude escolher o que preferia, optei por frango ou peixe, sem cebola, e achei quase tudo muito bom.

Marrocos, para mim, incomodou o exagero de coentro, às vezes difícil de ser retirado. O restante foi ótimo.

Tunísia também tem uma culinária gostosa, sem despertar suspiros.

 

 

Férias 2022 – 26/05 – quinta-feira – Tunísia – Tamezret – Matmata – El Jem – Mahdia

26/05 – Tamezret – Matmata – El Jem – Mahdia

Pela manhã, ainda sob um forte vento que enche de areia qualquer buraco ou fenda, saímos em direção a Mahdia, nosso destino no final do dia.

No caminho, paramos em Tamezrethttps://www.flickr.com/photos/sergio_zeiger/38831029744 , uma aldeia berbere, que fica perto de Matmata, para conhecer o local e comer um famoso doce da região – o corno. Seu gosto não faz jus à fama. Ruim não é, mas não deixou saudade. Seu nome é interessante, mas não ficamos sabendo a que se deve. Segundo pesquisas, parece ser o doce turco que recebe nome de Corno de Gazela, uma referência aos tornozelos dela. Tem gosto de um bolinho de amêndoa com calda de laranja. Valeu pelo registro.

Já em Matmata, paramos no Sid Idriss Hotelhttps://hotel-sidi-idriss.com/ , local que serviu de set de filmagem de Guerra nas Estrelas.

Foi ali que tivemos uma visão cultural dos povos nômades que se estabeleceram na área. Localizado cerca de 40 quilômetros do oásis de Gabes, Sidi Idriss está situado em um ambiente árido e acidentado que foi considerado o local perfeito para as filmagens de Star Wars Episódio IV: Uma Nova Esperança. A cidade em si foi esculpida nas cavernas trogloditas, por refugiados berberes, séculos atrás. Hoje há um pequeno povoado na superfície, mas a maioria vive nas estruturas trogloditas e abre a casa como exposição folclórica.

Depois dessa visita, fomos conhecer uma família que mora na aldeia berbere e seus costumes.

A família nos recepcionou de forma muito agradável. Trata-se de uma casa subterrânea. Como no hotel, o pátio é circular e as paredes de barro regulam a temperatura. Do lado de fora há uma cisterna que recolhe água da chuva e um banheiro.

Na minha opinião, apesar de a família demonstrar alegria por estar ali, a aparente harmonia não condiz com a precariedade do lugar. Tomamos chá, comemos um delicioso pão feito pela dona da casa, conhecemos o processo de moagem do trigo e assistimos a uma caracterização da Nathália e do Kinjiro como integrantes do povo berbere.

Foi gostoso estar lá, mas …. despertou a certeza de que o modo como vivemos é muiiito melhor.

Paramos para almoçar no Tamaris Hotelhttps://www.tamarishotel.com/ – que fica em Mahres, já perto do mar. O peixe que comemos com batatas fritas e legumes estava gostoso. Só por curiosidade, uma fanta custa 5 dinares – cerca de 8 reais, uma vez que 1 Dinar Tunisiano equivale a 1,61 Real Brasileiro. Tunísia é o tipo de lugar que eu não costumo fazer a conversão da moeda. Quando chego a um lugar que não me desperta o lado consumista ou que não terei tempo para efetuar compras, troco dólar ou euro pela moeda local e não quero saber quanto custa o que preciso consumir, uma vez que sempre é uma bebida ou algo para comer. Dificilmente é uma compra de algo pessoal, que demandaria uma pesquisa sobre o valor pedido.

Como não dá para ficar com sede, sentir fome ou ficar com vontade de comer algo, pagar o que pedem é a melhor opção. É claro que comprar um refrigerante no supermercado, como em todos os lugares, é muito mais barato, mas nem sempre isso é possível.

Na sequência, fomos até o anfiteatro El Jem – https://www.swedishnomad.com/amphitheatre-of-el-jem/ – Conservado como na época dos romanos, é um teatro ovalado, do séc III – 230/238. A Tunísia não fez a sua restauração. Apenas o conserva e ele é tido como um dos mais conservados do mundo romano.

Fica na cidade do mesmo nome, que era muito rica na época e se chamava Thysdrus. Hoje é uma área de produção de azeite, com 15.000 oliveiras, segundo o guia.

O anfiteatro tem capacidade para 30.000 habitantes. Isso significa que na época havia muitos visitantes, uma vez que a população da cidade era estimada em 15.000 habitantes. Havia espetáculos de gladiadores com gladiadores e gladiadores com animais (leão da África). Hoje não há mais leões porque 1927 foi o último ano que eles foram caçados.

Por fim, chegamos a Mahdia, uma cidade da costa oriental da Tunísia, famosa por suas indústrias de processamento de peixe e tecelagem.

Passamos pelo Skifa el Kahla (Portão Negro), que também era chamado de Bab Zoila e costumava ser a entrada principal da cidade, pelo pequeno Museu de Mahdia, onde são exibidos achados arqueológicos das eras púnica, romana, bizantina e islâmica, vimos o porto de pesca e a fortaleza da cidade.

Ainda paramos para ver o cemitério marinho, que beira a costa do mar Mediterrâneo. Chamam a atenção todas as tumbas branquinhas, pequenas, alinhadas, voltadas para Meca.

Depois desse passeio, fomos ao Mahdia Palace Talasso Hotelhttps://www.hotelpalace.com.tn/en , jantamos e dormimos.