Férias 2017 – A viagem

Férias 2017 – A viagem

Foram 20 dias de descobertas. Mesmo tendo lido muito sobre os lugares antes de ir, o que vi causou sensações que foram do encantamento à decepção. Decepção? Sim, sempre acontece e isso não invalida nem atrapalha a viagem. Quando se espera muito por uma coisa, geralmente a fantasia é mais bonita do que a realidade. E foi o que aconteceu com Myanmar. Embora o país nos surpreenda a cada momento e possua lugares de uma beleza ímpar, não deixei de perceber que nem tudo que vimos é digno de admiração. Só que isso em nada diminuiu o encantamento que senti em cada lugar que visitamos. Taiwan surpreendeu e Dubai, já conhecido, não gerava expectativas.

Enfim, vamos aos fatos. Se eram suposições, expectativas, como coloquei antes de viajar, agora são as certezas do que vi e vivenciei nesses 20 dias.

Myanmar ou Birmânia?

Conhecida como Myanmar depois da sua abertura para o mundo, internamente é Birmânia, como nosso guia sempre se referia a ela, uma terra de povo extremamente amigável, simpático e acolhedor que nos recebe com a saudação oficial do país – Mingalaba!

Mingalaba é a palavra que abre as portas da comunicação. Mais do que um oi, é um cumprimento que exprime o desejo de algo bom para o interlocutor. Assim, nos sentimos acolhidos quando encontramos alguém que, com um sorriso nos lábios e carinha pintada com thanaka nos diz “Mingalaba”.

Conhecemos pessoas, um pouco da sua cultura, a religiosidade que impera em todos os lugares, templos maravilhosos e hotéis incríveis. Foi dessa forma que passamos dez dias entre as principais cidades – Yangon, Bagan e Mandalay.

Difícil descrever um país tão diferente. Sim, diferente de tudo que conhecemos.

Fuso horário fracionado, semana de 8 dias, riqueza e pobreza, religião e crenças…. Assim é Myanmar, a terra dourada.

Myanmar é um dos poucos países do mundo que tem o fuso horário fracionário em relação ao meridiano de Greenwich. A semana tem oito dias porque a quarta-feira é dividida – pela manhã é o Bohdahu e à tarde é Yahu e o calendário tradicional birmanês tem doze meses de 28 dias.

Já foi rico e hoje impera a pobreza entre a maior parte da população. Não vou discorrer aqui seus conflitos e os motivos que levaram ao que é Myanmar hoje, com templos riquíssimos e uma população extremamente religiosa e pobre.

Começamos por Yangon, depois fomos para Bagan, Mandalay e Lago Inle. Vimos de tudo um pouco, o suficiente para ter uma visão geral do país, do seu povo e sua cultura. Eu diria que a religiosidade, muito forte entre eles, pode ajudar a sobreviver sem grandes questionamentos, da mesma forma que impede maiores avanços pessoais. Como não temos a visão de mundo que eles têm, também não sabemos a real influência dessas crenças na vida de cada um.

Apesar da simpatia de todos, algo no ar me causou uma sensação de desconforto. Não gostei de ver tantas crianças vendedoras. Elas sabiam se comunicar para vender algo e diziam que vendiam para comer e estudar. Não vi nenhuma criança comendo. Aliás, pareciam famintas quando nos olhavam fazendo uma refeição. E a escola? Quando vão? Ficam o tempo todo na rua, sempre com adultos por perto.

Para nós, turistas, o calor pode incomodar, uma vez que é muito forte e a visita aos templos é sempre sem sapatos nem meias, com ombros e joelhos cobertos.

Adequando os horários, ele não chega a atrapalhar e o que podemos ver é sempre muito bonito.

A comida, variada em cores, sabores e apresentação atende a todos os gostos e, como balanço final, posso dizer que foi bom, muito bom conhecer esse pedacinho do mundo ainda desconhecido para muitos.

Não sei se voltaria, acredito que numa próxima oportunidade, talvez.

Gostei muito mesmo, mas não voltei tão deslumbrada como li em relatos na internet.

Só posso dizer que o que fizemos agora foi de bom tamanho e que deu para sair de lá valorizando a nossa vida, apesar do que vivemos hoje no nosso país.

Problemas à parte, viajar é sempre bom. Apesar de não ser tão religiosa nem espiritualista como os birmaneses, tenho minhas crenças e acredito que um trabalho de formiguinha é capaz de inspirar muitos a irem além dos livros e mídias para conhecerem um pouco mais. Vale a pena, podem acreditar.

https://www.jesustejel.com/eng/myanmar-the-golden-country/

https://www.youtube.com/watch?v=DlGqzKDxqqg

 

Taiwan

 

Também conhecida como Formosa, Taiwan é uma ilha que possui seus encantos.

Mesmo não sendo o principal destino dos turistas, também não foi o nosso, vale a pena conhecer.

Os lugares escolhidos para a nossa visita foram excelentes.

Apesar de a nossa programação inicial ter sido alterada por causa da chuva, e que chuva, não perdemos nada do que estava programado. Sem chuva, poderia ter sido melhor, mas foi bom.

Taipei, sua capital, é de fácil circulação, o trânsito não é congestionado, é limpa e organizada. O sistema de transporte é eficiente e relativamente barato.

Não posso avaliar o comércio local porque não tive oportunidade de conhecer. O pouco que vi pareceu interessante.

Interessantes mesmo foram nossos passeios pela Grande Taipei e interior do país. Das esculturas na praia, feitas pela natureza ou pela mão do homem, às tradições do país, passando pelo seu povo, pela comida e religião, sobrou uma certeza – Huang tem razão de se orgulhar do seu país, mas ele não conseguiu quebrar meu encanto por Hong Kong. Os dois lugares são ótimos e cada um tem suas peculiaridades. Minha escolha? Fico com os dois.

Aliás, não é segredo que a Ásia me encanta. Cada viagem é um aprendizado, uma lição de vida. Sempre volto delas com a sensação de que não poderia ter feito melhor escolha para investir meu tempo e dinheiro.

É incrível como cada viagem consegue me proporcionar diferentes momentos de prazer e sensações de bem-estar. Muita gente não consegue entender isso. Nem eu entendo, uma vez que não sou fã da comida asiática, meu lado consumista fica meio adormecido  e não agrego nenhum benefício material.

Só sinto que volto melhor, em paz comigo mesma porque descubro coisas e experimento sentimentos difíceis de descrever. Só quem sente é que pode entender.

Se valeu a pena? Preciso dizer???

https://www.youtube.com/watch?v=Mkx5sqexl84

https://www.youtube.com/watch?v=ljCvtMpIybI

https://www.youtube.com/watch?v=fseMcGqhLiA

 

Dubai

Quase uma parada obrigatória para começar a adequar o fuso antes da volta ao Brasil.

Se possível, por que não fazer essa parada estratégica? O preço do bilhete aéreo é o mesmo e há infinitas possibilidades de escolha de hotéis. Além disso, Dubai ofusca nossos olhos. Dá vontade de ser como eles quando crescermos. Brincadeiras à parte, Dubai merece ser visitada, apesar do calor terrível que faz em determinadas épocas do ano, como a que fomos.

Confesso que dois ou três dias de cada vez estão de bom tamanho. Dá para sentir o gostinho das coisas boas que o homem consegue criar e desenvolver. Conhecer as suas possibilidades e potencialidades também geram um encantamento difícil de explicar, mas fácil de entender quando sabemos que é o dinheiro, muito dinheiro, o facilitador da criatividade do homem.

Como é um país cujas tradições são seguidas e devem ser respeitadas, também com eles aprendemos novos valores e crescemos um pouco mais.

Enfim, agora  posso dizer que Mingalaba, Na Mo A Mi Tuo Fo e Salaam fazem todo sentido para mim.

https://www.youtube.com/watch?v=dNFYhDAUjUw

https://www.youtube.com/watch?v=R1rBFEKLIM4

 

“O destino não é só um lugar, mas uma nova forma de ver as coisas.” – Henry Miller