Férias 2018 – 11 de abril – Matsuyama – Kurashiki

11-04-2018 – quarta-feira

 

Morning call mais cedo, às 6h30, porque nossa mala tinha que ser deixada no hall às 7h30. A saída foi às 8h30.

Uma hora depois chegamos a um pier e pegamos uma balsa até o Porto Kurehttp://www.mlit.go.jp/kankocho/cruise/detail/041/index.html

Antes da guerra, Kure foi um porto naval e local onde foi construído o submarino Yamato, que participou de muitas batalhas. Ele fica ao norte da ilha Geyo, perto da Baía de Hiroshima. Depois, Kure se tornou um porto industrial.

 

Assim que desembarcamos, fomos ao Clayton Bay Hotel –  http://www.clayton-bay.jp/english/ .

Na região, uma tradição se mantém há muitos anos. Como os marinheiros perdiam a noção do tempo quando estavam em alto mar, assim que voltavam, sempre às sextas, para que se situassem no tempo, era oferecido a eles um arroz com curry. E não era qualquer curry. Ele precisava ser escolhido pelo capitão. A tradição é ser feito e comido às sextas, mas…. para agradar aos turistas que vão nos outros dias, agora o tradicional arroz com curry pode ser degustado qualquer dia da semana e em outros lugares, também. O curry? Bem… esse não sei quem escolhe hoje!

Apesar de ser uma quarta-feira, fomos comer o famoso arroz com curry num dos restaurantes do hotel Clayton Bay. Gosto não se discute, não é? Uns gostaram e outros adoraram. Fiz parte do primeiro grupo.

 

Após o almoço, pegamos uma balsa para ir até Itsukushimahttp://jr-miyajimaferry.co.jp/en/timetable/  .

 

Desembarcamos em Itsukushima, também chamada Miyajimahttps://www.japan-guide.com/e/e3401.html   – uma pequena ilha perto da cidade de Hatsukaichi, província de Hiroshima, considerada um verdadeiro paraíso subtropical por suas plantas exóticas, fontes termais, milhares de espécies de aves e fauna abundante. Os macacos e veados que habitam o lugar são praticamente domesticados e o centro das atenções. Vimos muitos deles no caminho até o santuário que iríamos conhecer.

Também vimos inúmeras lojinhas, quase todas de comidinhas, que só paramos na volta, claro, para comer alguma coisa. Não tem como evitar…. é muita tentação. Por mim, não gastaria nenhum iene para almoçar ou jantar em restaurantes porque a oferta de comestíveis por onde a gente passa é uma tentação. Esses, sim, são gostosos. E é aí que acaba qualquer dieta, uma vez que não são nada light. Para piorar (modo de dizer) a situação, tem amostra de quase tudo que vendem. Assim…. ficar só com as amostras também é uma tentação…. rsrsrs.

 

Fomos até Miyajima para conhecer Itsukushima Shrinehttp://visit-miyajima-japan.com/en/prepare-your-stay/comment-venir.htmlhttps://www.japan-guide.com/e/e3450.html, um santuário xintoísta.

Itsukushima é conhecido como o “Santuário Flutuante”. Dizem que ele foi construído na terra, em 593 d.C. mas,por causa das oscilações das marés, especialmente durante as marés altas, dá a impressão de que ele flutua sobre a água.

Segundo a crença budista, flutua porque, ao morrer, as almas atravessariam em barcos rumo ao Gokuraku (o paraíso, terra pura budista). Ainda uma outra explicação é que o templo flutua porque é dedicado às deusas guardiãs do mar.

Itsukushima é dedicado às três deusas xintoístas do mar (Ichikishima, Tagori e Tagitsu) que, segundo superstições, habitam o interior do santuário.

De qualquer forma, o santuário de Itsukushima é um belo lugar e o Torii (Grande Portal) flutuante é uma das famosas paisagens de cartão postal e símbolo turístico do Japão.

Torii indica passagem para lugar sagrado e é a porta de entrada do santuário. Na maré baixa, alguns turistas caminham até o portal para admirá-lo de perto. Acredita-se que quem passar pelo Portal Torii viverá uma vida próspera e feliz. Fomos até bem perto. A maré nos impediu de atravessarmos seu portão mas, com certeza, isso não nos impedirá de termos uma vida próspera e feliz. rsrsrs

Uma curiosidade sobre o Xintoísmo é que “nascimento” e “morte” não são considerados puros. Portanto, para manter a pureza da região, se acontecer de alguém morrer por lá, o corpo é transportado para fora da ilha para ser enterrado em outro local, pois lá não há cemitérios.

Crenças e lendas à parte, o lugar encanta por sua beleza.

 

Às 15h pegamos a balsa de volta e fomos para Hiroshimahttp://www.city.hiroshima.lg.jp/portugues/ , uma cidade que foi devastada na segunda guerra mundial e que se tornou um grande ponto turístico. Visitar o Museu que fica no Parque Memorial da Paz é um passeio quase que obrigatório.

Às 16h chegamos ao marco onde caiu a bomba atômica, em 06 de agosto de 1945 – https://www.cartacapital.com.br/internacional/hiroshima-como-um-ataque-nuclear-virou-simbolo-de-guerra-justa

Que sensação esquisita! Já deu arrepios quando vi a placa indicando a direção do local da tragédia. Imagine ver o que restou.

A Cúpula Genbaku ou Cúpula da Bomba Atômica, uma construção que sobreviveu à bomba que matou, instantaneamente, mais de 70 mil pessoas e deixou outras tantas com lesões fatais por radiação fica no Parque Memorial da Paz de Hiroshima, designado Patrimônio da Humanidade pela UNESCO em 1996.

Nesse mesmo parque está o Hiroshima Peace Memorial Museumhttp://hpmmuseum.jp/?lang=eng –  https://skdesu.com/memorial-da-paz-de-hiroshima/  , um lugar onde se pode fazer uma viagem no tempo e relembrar os horrores da guerra, fatos e consequências da tragédia ocorrida em virtude da destruição causada pela Little Boyhttps://www.youtube.com/watch?v=Q-x8FRNt6OA , nome da bomba.

Triste, muito triste. Realmente, não dá para ficar feliz num lugar como esse. Ele nos faz lembrar quão frágil pode ser a vida quando cabeças destruidoras não querem a paz.

Pouco vimos em Hiroshima pois a nossa ida teve como objetivo conhecer o memorial e o lugar onde a bomba caiu.

Nem precisava mais.

Fukuyama Service  Area Nobori fica no caminho para Kurashiki, lugar onde paramos para nos abastecermos e “desabastecermos” –  https://www.yelp.com/biz/%E7%A6%8F%E5%B1%B1%E3%82%B5%E3%83%BC%E3%83%93%E3%82%B9%E3%82%A8%E3%83%AA%E3%82%A2-%E4%B8%8A%E3%82%8A-%E7%A6%8F%E5%B1%B1%E5%B8%82. Rsrsrs.

Trata-se de um posto no meio da estrada que seria como muitos que temos aqui no Brasil não fosse uma diferença gritante. Lá, os postos têm identidade própria, algo que nos faz lembrar de cada um por sua característica principal. Um é laranja. Sim, a fruta. Muitas coisas relativas a laranjas. Outro é lembrado pela batata doce e por aí vai.

Esse, apesar de ter até McDonald’s, tinha rosas como tema. Uma seção especial de produtos feitos à base de rosas. Que espetáculo! Quando lembro, sinto o cheirinho do sabonete. Delicioso! Pena que no Japão tudo é caro para nós e, não fosse por isso ou o preço serve como desculpa, não podemos carregar tudo de que gostamos. O sabonete, por exemplo, custava 900 ienes, cerca de 9 dólares. Nenhum absurdo, mas caro para nossos padrões. O problema é aquele velho ditado… de grão em grão…..

Melhor deixar essas coisas na lembrança para não chegar no fim da viagem com uma bagagem difícil ou impossível de ser carregada. Quando alguém falava sobre rosas no meio do caminho, seu cheirinho voltava à lembrança.

Agora… o sorvete de leite, delicioso, originário de Saporo, foi saboreado por muitos, uma vez que não pesava na bagagem nem no bolso, só no corpo. Rsrsrs.

 Continuando o caminho, chegamos a Kurashiki às 18h30, mais precisamente, ao Kurashiki Kokusai Hotelhttps://www.kurashiki-kokusai-hotel.co.jp/englishes/ .

Antes de irmos para o quarto, fomos jantar. Como se janta cedo!!! Nossos trajes e visual, depois de um dia inteiro de andanças, não condiziam com o requinte do jantar que nos foi servido, mas….

Comida francesa, um cardápio especial, doze talheres para cada um e um garçom com cara de deboche porque confundimos o uso de um dos três garfos que tínhamos à nossa disposição e de uma faca que não deveria ser usada com o appetizer. Erramos? Paciência, mas nos divertimos muito.

Terminado o jantar, fomos para o quarto. Com ou sem sono, não tivemos escolha porque não havia nada a se fazer.